Ministra da Saúde do governo Lula (PT), Nísia Trindade publicou um vídeo se pronunciando sobre o caso dos pacientes que receberam órgãos infectados por HIV em transplante, no Rio de Janeiro. A chefe da pasta disse estar tomando as “providências necessárias” e “imediatas” para prestar assistência às vítimas da “grave situação adversa”.
– Estou em missão institucional pelo governo brasileiro e trabalhando junto à equipe do Ministério da Saúde para todas as providências necessárias frente à grave situação adversa no estado do Rio de Janeiro envolvendo transplante de órgãos. Essa situação nos leva a uma providência imediata. Prestaremos toda a assistência a essas pessoas e a seus familiares – disse ela, que atualmente se encontra na Itália para participar do Encontro de Ministros de Saúde do G7 em Ancona.
Nísia explicou que dois doadores testaram positivo para HIV, em um segundo teste feito após o primeiro ter dado negativo. Ela ratificou que, até o momento, há confirmação de que seis pessoas foram infectadas devido ao ocorrido. – Temos o compromisso de garantir a segurança, a efetividade e a qualidade, que são marcas indiscutíveis do Sistema Nacional de Transplantes do Brasil – acrescentou. Antes de finalizar, a ministra enumerou cinco ações que sua gestão decidiu tomar:
– A primeira é a solicitação de interdição cautelar do laboratório Saleme, localizado no Rio de Janeiro. A segunda é a retestagem de todo o material que havia sido testado por esse laboratório. A terceira é o encaminhamento de todos os testes do Rio de Janeiro para a Hemorio. A quarta é o apoio incondicional e assistência especializa a doadores e receptores que tiveram testes positivos para HIV, bem como seus familiares. E a quinta medida é uma auditoria por parte do SUS (Sistema Único de Saúde) – elencou.
ENTENDA Em acontecimento nunca antes registrado no Brasil, seis pessoas testaram positivo para o HIV, vírus da Aids, após receberem órgãos transplantados no Rio de Janeiro. De acordo com investigação conduzida pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério Público, dois doadores eram soropositivos, mas os exames de sangue feitos pela empresa PCS laboratórios, de Nova Iguaçu, na época das mortes, apresentaram resultados negativos para a doença. As informações foram reveladas pelo diretor-geral de conteúdo do Grupo Bandeirantes de Comunicação e âncora da BandNews FM, Rodolfo Schneider. De acordo com ele, a primeira notificação do ocorrido foi no último dia 10 de setembro, após um paciente que recebeu um coração começar a se sentir mal nove meses depois do transplante. Ele buscou um hospital e passou por exames que indicaram que estava com HIV. Depois dele, outros cinco casos semelhantes foram identificados. A doação de órgãos ocorre após a confirmação de morte encefálica por parte de doadores. Assim, a família é contatada e, posteriormente, os doadores passam por uma análise clínica para atestar que são aptos para ceder seus órgãos. O grupo PCS laboratórios foi contratado emergencialmente pela Secretaria Estadual de Saúde para fazer os exames, em dezembro do ano passado, em um momento em que o Hemorio se encontrava sobrecarregado. Estima-se que, além dos seis pacientes já relatados, possa haver um total de até 600 pessoas que foram infectadas. No momento, 288 doadores estão sendo testados pelo Hemorio a fim de verificar se há mais casos de falso negativo para HIV. Informações Pleno News