Moraes cita “periculosidade social”. para negar soltura de cabeleireira que rabiscou estátua do STF com batom Moraes cita “periculosidade social”. para negar soltura de cabeleireira que rabiscou estátua do STF com batom Moraes cita “periculosidade social”. para negar soltura de cabeleireira que rabiscou estátua do STF com batom Pular para o conteúdo principal

Moraes cita “periculosidade social”. para negar soltura de cabeleireira que rabiscou estátua do STF com batom

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou o terceiro pedido de liberdade apresentado pela defesa da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 38 anos, que é acusada de escrever “perdeu, Mané”, na “estátua da Justiça” que fica em frente ao prédio do STF, durante os atos do 8 de janeiro. Débora está presa desde o dia 17 de março de 2023, quando foi alvo da oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal. Débora tem dois filhos, um de 10 anos e outro de seis. A frase rabiscada pela cabeleireira faz alusão a uma frase dita pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, após a eleição de 2022, em Nova York, a um brasileiro que o questionou sobre a atuação política do Tribunal, principalmente, em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A reação do ministro foi gravada.
Ao voltar para o Brasil, Barroso disse que não se arrependeu da fala e reclamou dos xingamentos que recebeu de brasileiros enquanto esteve em Nova York. De acordo com a defesa da cabeleireira, ela não entrou em nenhum prédio público. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Débora por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
A negativa de Moraes ao terceiro pedido de liberdade protocolado pela defesa de Débora foi divulgada na sexta-feira (27). Na decisão, Moraes alegou que Débora apresenta “periculosidade social”. O que diz a defesa Em nota, o advogado Helio Júnior, responsável pela defesa de Débora, disse que a decisão de Moraes foi recebida “com profunda indignação”. “É com profunda indignação que viemos a público denunciar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que negou a soltura de Débora. Esta determinação representa uma grave violação dos direitos humanos e reflete uma clara perseguição política”, diz um trecho da nota.
Segundo o advogado, Moraes mantém a cabeleireira presa por “pura perversidade". "Débora não é uma criminosa, mas uma mãe dedicada e uma cabeleireira honesta sem quaisquer antecedentes criminais. Compreender que se trata de uma mulher com ‘periculosidade’ é uma tentativa do sistema de silenciá-la e perpetuar a injustiça", disse. "Atualmente, Débora enfrenta a dor da separação de seus filhos e o peso de um sistema desprovido de empatia. Sua prisão afronta o estado democrático de direito e evidencia a perversa relação entre política e justiça. Essa decisão que manteve a Débora presa será recorrida e esperamos que a justiça seja restabelecida”, completou o advogado.

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