Lewandowski "surta" ao ver reação forte de congressistas americanos contra Moraes

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, expressou forte descontentamento com a proposta feita por congressistas americanos de cancelar o visto de entrada nos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Lewandowski, essa iniciativa é "absolutamente intolerável" e representa uma afronta direta à soberania do Brasil e à independência de suas instituições judiciais.

A proposta dos parlamentares do Partido Republicano não se limita apenas a Alexandre de Moraes, mas se estende a outros ministros do STF. Os congressistas acusam os magistrados brasileiros de utilizarem seus cargos para suprimir a liberdade de expressão, citando como exemplo a determinação de bloqueio da plataforma X no Brasil. Essa medida, segundo os parlamentares americanos, é uma clara violação dos princípios democráticos.

Lewandowski, no entanto, defendeu que as plataformas digitais devem obedecer às leis do país onde operam. "As plataformas precisam obedecer às leis se querem funcionar no país. Têm que estar enquadradas no ordenamento legal do país, senão, não podem funcionar", afirmou o ministro. Para ele, a ameaça de cassação de vistos ou de proibição de entrada é uma interferência inaceitável nos assuntos internos do Brasil.

A situação gerou um clima de tensão entre os dois países, com debates acalorados sobre os limites da soberania nacional e a liberdade de expressão. Lewandowski destacou que o Brasil é uma democracia consolidada, com instituições fortes e independentes, e que qualquer tentativa de interferência externa é inadmissível. No evento em São Paulo, onde fez essas declarações, o ministro da Justiça foi enfático ao afirmar que o Brasil não aceitará pressões estrangeiras que visem a desestabilizar suas instituições. Ele frisou que os magistrados do STF agem de acordo com a Constituição e as leis brasileiras, e que suas decisões são tomadas com base em princípios jurídicos sólidos e imparciais. Em suma, o episódio revela não apenas uma tensão diplomática, mas também um debate mais amplo sobre a relação entre tecnologia, liberdade de expressão e soberania nacional. Lewandowski deixou claro que o Brasil está disposto a defender sua independência e a atuação de suas instituições judiciais diante de qualquer tentativa de ingerência externa.