Ignorado após discursar na ONU, Lula ataca imprensa

O presidente Lula (PT), acompanhado de uma comitiva extravagante composta por mais de 100 pessoas, incluindo parlamentares e seguidores, se viu envolvido em uma situação constrangedora durante sua visita à ONU. A proposta de “reforma” da Organização das Nações Unidas, que Lula pretendia apresentar com grande destaque, acabou sendo negligenciada pela imprensa internacional. Em vez disso, os holofotes se voltaram para as críticas de Volodimir Zelenski, presidente da Ucrânia, à proposta brasileira e chinesa de “acordo de paz” com a Rússia, que não foi bem recebida. Ao longo de uma coletiva de imprensa realizada no dia 25, Lula manifestou irritação e foi rude com um jornalista, exigindo perguntas mais inteligentes da mídia presente. Este episódio contribuiu para o desgaste da imagem do presidente, que já enfrentava dificuldades para ser levado a sério no cenário internacional. A tentativa de Lula de preencher a plateia de um evento de Bill Clinton, que contava com a presença de Joe Biden, também virou motivo de piada, uma vez que o serviço secreto dos Estados Unidos impediu que isso acontecesse.

A proposta de “constituinte na ONU”, como foi divulgada de maneira favorável por algumas manchetes no Brasil, foi introduzida por Lula em uma reunião paralela no G20. No entanto, a falta de atenção e repercussão internacional enfraqueceu a iniciativa, que não conseguiu ganhar a tração esperada. Esse contexto ilustra a dificuldade que o presidente brasileiro enfrenta para colocar suas ideias em voga no cenário global, especialmente em um momento de tantas tensões geopolíticas.

Além dos desafios diplomáticos, a relevância ambiental do discurso de Lula na abertura da assembleia geral da ONU foi severamente comprometida pelos incêndios descontrolados no Brasil. A Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder, destacou como esses incêndios acabaram por ofuscar a mensagem ambientalista que o presidente desejava transmitir. A questão é particularmente delicada, dado o histórico recente do Brasil em relação às políticas ambientais e ao desmatamento.

Os incêndios, que se alastraram por diversas regiões do país, inclusive na Amazônia, chamaram a atenção da comunidade internacional e levantaram questionamentos sobre a eficácia das políticas ambientais do governo brasileiro. O discurso de Lula, que pretendia reforçar o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a luta contra as mudanças climáticas, perdeu força diante das imagens e relatos dos incêndios que devastavam a vegetação e afetavam as comunidades locais. Em s uma, o contexto internacional e os problemas internos do Brasil contribuíram para que a mensagem de Lula perdesse relevância. A proposta de reforma da ONU e a pauta ambiental, que poderiam ter sido os pontos altos de sua participação na assembleia geral, acabaram ofuscados por críticas externas e crises domésticas. O episódio reflete os complexos desafios que o presidente enfrenta tanto no âmbito internacional quanto dentro de seu próprio país.