A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de ordenar a transferência de R$ 18,35 milhões das contas do X (antigo Twitter) e da Starlink para a União, provocou forte reação entre juristas e investidores. A quantia seria referente ao pagamento de multas aplicadas ao X por descumprimento de ordens judiciais emitidas por Moraes. No entanto, o envolvimento da Starlink, empresa controlada por Elon Musk, mas que possui outros sócios, trouxe à tona debates sobre a legalidade da medida, considerando que a empresa não estava diretamente envolvida no processo.
Rodrigo Marinho, advogado e diretor executivo do Instituto Livre Mercado, foi um dos que se manifestaram de maneira mais contundente contra a decisão. Ele destacou que a Starlink e o X não fazem parte do mesmo grupo econômico, sendo empresas completamente distintas, apesar de terem Musk como sócio comum. Em entrevista ao Instituto Millenium, Marinho comparou a situação à ideia de que a Ambev poderia ser obrigada a arcar com a falência das Lojas Americanas, sugerindo que, embora haja acionistas compartilhados, não há base legal para vincular financeiramente as duas empresas. Segundo o advogado, a medida fere os princípios de separação jurídica das empresas e os direitos dos demais sócios da Starlink.
A decisão também trouxe preocupações em relação ao ambiente de negócios no Brasil. Marinho apontou que a medida afeta diretamente a confiança dos investidores, tanto nacionais quanto internacionais. Ele ressaltou que decisões desse tipo geram incerteza jurídica, afastando possíveis investimentos no país e elevando o já conhecido "custo Brasil", termo que se refere às dificuldades e aos custos elevados de se fazer negócios no país. Segundo Marinho, o economista Paulo Rabello de Castro estimou que essa desconfiança adicional pode gerar um impacto de até R$ 17 bilhões na economia brasileira. A medida, além de criar um precedente perigoso, causa uma distorção no mercado ao não respeitar a autonomia jurídica das empresas envolvidas.
Marinho também chamou atenção para outras "inovações jurídicas" que têm marcado as decisões de Alexandre de Moraes. Ele citou, como exemplo, a notificação judicial ao X feita através de uma resposta em uma mensagem no Twitter. O advogado questionou a legalidade desse procedimento e destacou que situações similares jamais seriam aplicadas a outros tipos de crimes, como os de colarinho branco ou crimes violentos. A seu ver, essa abordagem viola princípios fundamentais do direito, como o devido processo legal e a ampla defesa, elementos centrais do sistema jurídico brasileiro.
Outro ponto levantado pelo advogado foi a contradição envolvendo o bloqueio das contas do X sob a justificativa de que a empresa não tinha um representante legal no Brasil. Marinho argumentou que, se Moraes determinou que o X e a Starlink pertenciam ao mesmo grupo econômico, a presença de um representante legal da Starlink no país deveria ter sido suficiente para evitar o bloqueio das contas do X. Para ele, essa incoerência evidencia o caráter arbitrário da decisão, além de aumentar a sensação de insegurança jurídica.
A decisão de Alexandre de Moraes também foi criticada pelo seu impacto no relacionamento entre o Brasil e grandes corporações internacionais. Com a crescente importância de empresas de tecnologia no cenário global, medidas que interferem na autonomia de empresas como a Starlink podem ter repercussões de longo prazo para o país. A intervenção judicial, considerada excessiva por muitos, pode desencorajar a expansão de empresas como as controladas por Musk em solo brasileiro, prejudicando a inovação e o desenvolvimento tecnológico no país.
Em relação à possibilidade de pacificação entre as partes, Marinho afirmou que o caminho seria o retorno à observância da Constituição por parte de Moraes. Para ele, Elon Musk e suas empresas têm cumprido as leis brasileiras, e a pacificação só seria possível se o ministro do STF voltasse a agir dentro dos limites constitucionais. No entanto, sem essa mudança de postura, Marinho acredita que a tensão entre o STF e as empresas de Musk deve continuar. O advogado chegou a sugerir que o impeachment de Moraes seria uma solução para encerrar o conflito e restaurar a confiança no sistema jurídico brasileiro.
Essa decisão se insere em um contexto mais amplo de questionamentos sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal e suas interferências no setor privado. O episódio envolvendo a Starlink e o X, para muitos, é apenas mais um exemplo das crescentes tensões entre o Poder Judiciário e o setor empresarial, trazendo à tona questões sobre a independência das empresas e a extensão do poder de decisão dos tribunais em questões econômicas. Enquanto as críticas à decisão se acumulam, o caso promete repercutir não apenas no cenário jurídico, mas também no econômico, com consequências ainda imprevisíveis para o ambiente de negócios no Brasil.
Herói sem capa: Policial enfrenta sozinho trio de criminosos que mantinham família refém e salva todos, (Veja o Vídeo)
Imagens de câmera de monitoramento mostram o momento em que um brigadiano sozinho salva um casal e uma criança feitos reféns durante assalto na noite de terça-feira (1º) em Estância Velha. O confronto aconteceu uma agropecuária na Rua Walter Klein, no bairro Bela Vista. Nas cenas, o policial militar aparece armado em uma área externa da agropecuária. Em seguida, dois criminosos saem segurando as vítimas, que são seguidas por um cordeiro. "Foi uma situação inédita para mim", diz policial que salvou família refém de assalto em agropecuária de Estância Velha Criminoso que morreu após ser baleado durante assalto com reféns em Estância Velha usava tornozeleira eletrônica No momento em que os criminosos se aproximam de um carro estacionado em frente ao local, o policial se distancia em meio à rua. Os criminosos tentam embarcar com os reféns, mas o agente dispara um tiro em direção ao carro. O delegado de Estância Velha, Rafael Sauthier, explica que uma policial teria chegado