O candidato à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB), decidiu entrar com uma ação judicial pedindo indenização por danos morais contra Pablo Marçal (PRTB). Datena alega que foi vítima de gordofobia e atribui a Marçal a responsabilidade pelo seu mau desempenho nas pesquisas eleitorais. A base do pedido de indenização é uma live transmitida por Marçal no dia do debate da TV Cultura, onde o ex-coach chamou Datena de "abusador" e foi agredido por ele com uma banqueta.
Durante a transmissão, Marçal não poupou críticas a Datena, referindo-se a ele de maneira pejorativa e ofensiva. Após ser atingido pela banqueta, Marçal continuou a atacar Datena, chamando-o de "abusador e comedor de açúcar" enquanto recebia atendimento médico no hospital Sírio-Libanês. Este episódio ocorreu no dia 16 de setembro e gerou grande repercussão. Marçal chegou a dizer: "O cara, um comedor de açúcar daquele tamanho, ele é mais lento que um bicho-preguiça. Imagina um homem dessa categoria, desregulado, agressor de mulheres, assediador sexual. Por que ele foi pra cima de mim? Porque o dinheiro dele comprou o silêncio da menina."
Os advogados de Datena argumentam que aproximadamente 90 mil pessoas assistiram à live no seu pico de audiência. Eles destacam que o vídeo permaneceu disponível nas plataformas e perfis de Marçal até que a Justiça Eleitoral determinou sua remoção, atingindo milhões de pessoas. Para a equipe jurídica de Datena, as declarações de Marçal tiveram um impacto significativo e danoso, com potencial de prejudicar a imagem do apresentador não apenas no Brasil, mas globalmente.
Datena e sua equipe jurídica alegam que Marçal tinha o objetivo claro de desvalorizar e estigmatizar a aparência do candidato, configurando, assim, um caso de discriminação e gordofobia.
Segundo eles, a ofensa à personalidade de Datena, que é constitucionalmente protegida, era completamente desnecessária e visava apenas causar dano moral. Eles afirmam que, embora não seja possível quantificar exatamente quanto Datena perdeu nas pesquisas devido às narrativas discriminatórias e acusatórias de Marçal, o impacto negativo na sua campanha foi evidente.
As intenções de voto em Datena começaram a cair antes mesmo do episódio da cadeirada.
No primeiro levantamento do Datafolha, ele tinha 14% das intenções de voto e estava tecnicamente empatado com Pablo Marçal em segundo lugar, atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). No entanto, no levantamento realizado entre 20 e 21 de agosto, Datena já havia caído para 10%. Antes da cadeirada, no dia 12 de setembro, ele tinha 6% das intenções de voto, patamar que se manteve após o incidente.
Datena também argumenta que um dos motivos para o pedido de indenização é evitar encontrar Marçal em uma audiência de conciliação.
Segundo documentos obtidos pela campanha tucana, o comportamento "provocativo" de Marçal é apontado como razão para que Datena sinta que sua integridade física está ameaçada. Por fim, Datena se ampara no estatuto do idoso para pedir prioridade no trâmite da ação e no julgamento do caso, ressaltando sua "experiência de vida e seus conhecimentos" como justificativa para essa solicitação.
Herói sem capa: Policial enfrenta sozinho trio de criminosos que mantinham família refém e salva todos, (Veja o Vídeo)
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