Mediador Carlos Tramontina foi acusado de parcialidade por eleitores de Pablo Marçal (PRTB)
O pioneiro do formato mesacast no Brasil, Flow Podcast, registrou uma perda de aproximadamente 110 mil inscritos no YouTube após a realização de um debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo na última segunda-feira, 23. As informações são provenientes da plataforma Social Blade, responsável por monitorar estatísticas de redes sociais.
O saldo de inscritos do canal foi negativo, com um aumento de 70 mil na segunda-feira, seguido de perdas de 60 mil, 30 mil, 10 mil e mais 10 mil nos dias subsequentes – terça, quarta, quinta e sexta-feira, respectivamente. Portanto, houve uma diminuição total de 40 mil inscritos.
A expulsão do candidato Pablo Marçal (PRTB) durante suas considerações finais marcou o debate. Marçal aproveitou parte do seu tempo para criticar Ricardo Nunes (MDB), o atual prefeito de São Paulo, na ocasião. O empresário e influenciador digital afirmou que a Polícia Federal iria deter o emedebista por suposta participação em um esquema de desvio de recursos destinados às creches municipais.
Carlos Tramontina, o mediador do debate do Flow, repreendeu Marçal duas vezes pelo mesmo motivo. Na terceira vez, ele anunciou a expulsão do candidato do PRTB. Tramontina declarou, referindo-se a si mesmo na terceira pessoa, “O senhor está expulso por decisão do apresentador”. Após a divulgação da expulsão, houve um tumulto envolvendo as equipes de campanha de Pablo Marçal e Ricardo Nunes. Nahuel Medina, assessor de Marçal, acertou um soco no rosto de Duda Lima, que é o marqueteiro de Nunes.
Acusação de Parcialidade Contra Tramontina
Marçal e seus seguidores acusaram o Flow Podcast de parcialidade. Apesar de o candidato José Luiz Datena (PSDB) ter infringido as regras estabelecidas durante o debate, ele foi permitido continuar seu discurso até o fim. No entanto, na situação de Marçal, já que era a última intervenção dos candidatos, Tramontina decidiu interromper em vez de permitir que ele concluísse seu pensamento.
A situação provocou uma onda de críticas na internet. “Nunca imaginei ver uma parcialidade dessa magnitude no Flow“, diz um dos comentários mais curtidos na transmissão ao vivo do debate. “Debate vergonhoso e parcial”, comentou outro.
“A imparcialidade do Flow me levou a cancelar a inscrição, 400 mil custou esta imparcialidade, saiu dos cofres públicos”, denuncia um terceiro.
A observação está relacionada à acusação de Marçal de que o Flow Podcast foi financiado com recursos publicitários da Prefeitura de São Paulo, liderada pelo candidato Ricardo Nunes. “Fico me perguntando, o que o Flow tem que receber de R$ 474 mil de dinheiro público?”
A equipe do Flow afirma ter examinado o caso pelo Portal da Transparência da Prefeitura de São Paulo, onde identificou dois pagamentos para uma empresa denominada Flow Mídia e Publicidade LTDA, somando R$ 474.999,62. No entanto, o grupo assegura que esta empresa “não faz e nunca fez parte do Grupo Flow”.
A companhia em foco está localizada em Brasília (DF) e é co-propriedade de Wladimir Lenin Santos Araujo. De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, Araujo não compartilha nenhuma empresa com Igor Coelho, dono do Grupo Flow.
Na sabatina organizada pelo Metrópoles, Marçal fez acusações ao Flow de manipulação no sorteio dos candidatos que fazem perguntas no debate. Ele declarou: “Não faz sentido, em um debate, um sorteio sair três vezes eu com a Marina [Helena, do Novo]“, afirmou. “Isso é improvável na matemática.”
O Flow, em comunicado, declarou que as acusações “são completamente infundadas” e comprometem a “reputação construída com dedicação, transparência e ética” do coletivo. Este debate é o sexto vídeo mais visto na história do canal, superando entrevistas com personalidades como Eduardo Bolsonaro, Ronaldo Fenômeno, Delegado da Cunha e o próprio Pablo Marçal.
O jornalista Tramontina lidera dois programas no canal Flow: “Tramonta News” e “Portas Abertas”, além de fazer aparições no “Flow News”. Com mais de 40 anos de carreira na Globo, ele esteve à frente dos principais telejornais de São Paulo, como “Bom Dia São Paulo” e “SPTV 2ª Edição”.
Leia a nota do Flow na íntegra
Repudiamos as declarações feitas pelo candidato Pablo Marçal, que acusam o Grupo Flow de parcialidade, manipulação e recebimento de verbas da Prefeitura de São Paulo. Essas alegações são completamente infundadas e atentam contra a nossa reputação construída com dedicação, transparência e ética.
Reafirmamos que não recebemos nenhuma verba da Prefeitura. Investigamos o assunto e constatamos, no Portal da Transparência da Prefeitura de São Paulo, dois pagamentos em 2023 totalizando o valor de R$474.999,62 para a empresa Flow Mídia e Publicidade LTDA, empresa que não faz e nunca fez parte do Grupo Flow.
Realizamos o debate de maneira independente e inédita, com o objetivo de servir ao interesse público, informando os eleitores da cidade de São Paulo sobre as propostas dos principais candidatos da corrida eleitoral. Reafirmamos que nosso compromisso é com a verdade e o diálogo. As informações são da Revista Oeste.
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