Senado começa a se levantar contra Pacheco e impeachment de Moraes ganha ainda mais força

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) tem se mostrado um dos mais críticos à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos anos. Ele expressou preocupação com o que considera uma influência desproporcional do STF sobre o país, ressaltando que a falta de independência entre os Poderes da República está gerando uma crise institucional sem precedentes. Girão não hesita em afirmar que a supremacia de um Poder sobre os outros é evidente e prejudicial à democracia brasileira. Para o senador, o ministro Alexandre de Moraes é o principal responsável por essa situação, apontando-o como a figura central em um processo de concentração de poder. Girão acredita que o ministro tem agido de maneira excessiva e autoritária, o que estaria sendo tolerado por outros ministros do STF. Ele argumenta que essa conivência dentro do tribunal está levando ao enfraquecimento das instituições democráticas e, por isso, defende a abertura de um processo de impeachment contra Moraes como uma medida essencial para proteger a democracia. O senador também criticou duramente a postura dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que, segundo ele, têm se mostrado passivos diante do avanço do STF sobre as prerrogativas do Legislativo. Para Girão, os chefes do Congresso estão assistindo de "camarote" à deterioração da democracia, sem tomar as medidas necessárias para conter o que ele vê como abusos do Judiciário. Girão fez referência ao encontro recente entre ministros do STF e os presidentes do Senado e da Câmara para discutir as emendas de transferência especial, conhecidas como emendas Pix. O senador descreveu a reunião como uma "cena deprimente" que revela a fragilidade da República, com um Poder Judiciário que, segundo ele, está claramente invadindo as competências dos outros poderes e agindo politicamente. O senador também destacou que a postura política adotada pelo STF é inaceitável, especialmente porque, em sua visão, o tribunal deveria ser um órgão técnico, comprometido exclusivamente com o respeito à Constituição. Girão lamenta que o respeito à Carta Magna tenha se tornado algo raro dentro do STF, o que, segundo ele, compromete a legitimidade das decisões tomadas pela corte. Por fim, Girão defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 8/2021), que visa limitar as decisões monocráticas dos ministros do STF e de outros tribunais superiores. Ele acredita que essa medida é necessária para garantir um maior equilíbrio entre os poderes e evitar o que considera uma centralização de poder nas mãos de poucos ministros, o que, segundo ele, coloca em risco a própria democracia.