Após a boxeadora italiana Angela Carini abandonar a luta contra a pugilista transexual argelina Imane Khelif nas Olimpíadas de Paris 2024, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usou as redes sociais para se manifestar sobre o caso registrado nesta quinta-feira (1º).
– Woke é uma doença. Todo o meu apoio a Angela Carini, a legítima vencedora – destacou o parlamentar brasileiro.
A disputa entre as atletas durou somente 46 segundos. Carini deixou a luta pela categoria de até 66kg do boxe feminino relatando dores intensas no nariz após dois socos da adversária. Na ocasião, a italiana de 25 anos atirou seu capacete ao chão e disparou “isso é injusto”, antes de deixar o ringue.
Em um vídeo publicado na rede social X, Nikolas protestou e apontou que não há inclusão.
– A pessoa treinou durante anos para chegar às Olimpíadas e ter uma luta justa, mas simplesmente encontra um homem biológico socando a cara dela. (…) Claramente, isso não é inclusão – comentou.
Aos 30 segundos de luta, Carini chegou a ir até seu treinador para consertar o capacete, mas ao retornar à disputa, ela decidiu parar de vez. O oficial da luta segurou a mão das duas pugilistas e ergueu a de Khelif no ar declarando-a vencedora, mas a italiana retirou a sua e caiu de joelhos, aos soluços.
Khelif e outra boxeadora trans, a taiwanesa Lin Yu-ting, chegaram a ser reprovadas em um teste de gênero devido a seus níveis elevados de testosterona – ambas nasceram como homens biológicos -, e foram desclassificadas pela Associação Internacional de Boxe (IBA) no mundial do último ano. Entretanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) autorizou a participação das duas atletas nos Jogos de Paris.
“ERA IMPOSSÍVEL CONTINUAR”
Segundo informações do Daily Mail, após a partida, a atleta italiana desabafou dizendo à imprensa que, embora esteja acostumada a sofrer, ela nunca levou um soco tão forte em sua vida.
– Estou acostumada a sofrer. Nunca levei um soco assim, é impossível continuar. Não sou ninguém para dizer que é ilegal. Entrei no ringue para lutar. Mas não senti mais vontade depois do primeiro minuto. Comecei a sentir uma dor forte no nariz. Não desisti, mas um soco doeu demais, e então falei “chega”. Vou embora de cabeça erguida – declarou.
Carini afirma que sua desistência da luta não foi um protesto contra a liberação que permitiu Khelif competir na categoria feminina, mas destacou que sua decisão deve ser considerada pelas Olimpíadas.
– Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora. Entrei no ringue, lutei e não consegui. Saio de cabeça erguida e com o coração partido. Sou uma mulher madura. O ringue é a minha vida. Sempre fui muito instintiva. Quando sinto que algo não está certo, não é desistir, é ter a maturidade de parar – afirmou a atleta.
Após a disputa, a Federação Argelina de Boxe comemorou a “vitória” de Khelif nas redes sociais.
– Parabéns à boxeadora argelina Imane Khelif, que responde fortemente no ringue e se classifica para as quartas de final, após derrotar a italiana Angelina Carini em menos de 46 segundos, sem esforço – escreveu.
A própria atleta se pronunciou após deixar o ringue dizendo que “Se Deus quiser, esta foi a primeira vitória” e que Ele deseja lhe dar o ouro.
Apesar da decisão de liberar Khelif e Lin para competirem, o próprio sistema do COI informa que ambas as atletas foram reprovadas no teste bioquímico do último ano. Lin Yu-ting estreia sua primeira luta nos Jogos de Paris nesta sexta-feira (2), disputando na categoria feminina de até 57 quilos.
Wokeness is a disease. All my support to Angela Carini, the rightful winner. pic.twitter.com/dEUDDZsrRY
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) August 1, 2024