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Mensagens mostraram que Moraes escolhia os alvos: ‘Ele quer pegar o Eduardo Bolsonaro’

Mensagens obtidas pela Folha de S.Paulo revelam detalhes sobre a movimentação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). As trocas de mensagens envolvem o nome do argentino Fernando Cerimedo, acusado de disseminar desinformação em relação às eleições. No epicentro deste movimento estava o juiz auxiliar de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Antônio Vargas, e Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED). As informações vieram à tona na terça-feira, 14 de agosto de 2024, trazendo novas luzes sobre as investigações conduzidas no período pós-eleitoral. Mensagens trocadas em novembro de 2022 mostram que Alexandre de Moraes pediu para associar Eduardo Bolsonaro ao argentino Fernando Cerimedo. Cerimedo, na época, era investigado por afirmar que cinco modelos de urnas utilizadas nas eleições, onde Luiz Inácio Lula da Silva recebeu mais votos, não passaram por testes de segurança. Em 4 de novembro de 2022, o juiz auxiliar de Moraes escreveu a Tagliaferro: “Ele quer pegar o Eduardo Bolsonaro. A ligação do gringo com o Eduardo Bolsonaro.” O assessor, por sua vez, respondeu: “Será que tem?” Em respostas posteriores, Tagliaferro mencionou um vídeo de Eduardo Bolsonaro com a bandeira do jornal que promoveu as teorias de Cerimedo, afirmando que isso poderia estabelecer uma ligação. Fabiano, está se perguntando qual o motivo dessa ligação entre Eduardo Bolsonaro e Fernando Cerimedo ser tão importante? Pois bem, a principal preocupação apresentada pelo ministro Alexandre de Moraes parecia ser a suposta disseminação de desinformação nas eleições. Estabelecer um vínculo entre Eduardo Bolsonaro e Cerimedo poderia, em tese, sustentar um movimento maior contra a propagação de notícias falsas. O relatório produzido por Tagliaferro incluiu detalhes significativos sobre a relação entre Eduardo Bolsonaro e Fernando Cerimedo. “Ainda em análise, identificamos, conforme exposto, a ligação entre Eduardo Bolsonaro e o autor das lives, Fernando Cerimedo, o quais se conhecem há muitos anos” destacou o documento. As conversas revelam que, após a análise do relatório, medidas começaram a ser tomadas. Vargas mais tarde repassou ao assessor o pedido do ministro e mencionou a importância de “puxar o fio da meada”. O relatório, que continha detalhes e provas visuais da relação entre os dois, foi usado para justificar novas ações do TSE e STF relacionadas à disseminação de desinformação. Embora não fique claro nas conversas quais medidas exatas foram tomadas por Moraes após o envio do relatório, é evidente que a movimentação judicial ganhou novo corpo. Em uma das mensagens constantes, a ordem era clara: “VARGAS: pode bloquear os sites indicados. AIRTON: na PET sobre isso vamos determinar o bloqueio também e o bloqueio das contas. Lembre-se sempre de dar ciência a PGR”. Depois do envio das informações, Tagliaferro comentou que “ele [Moraes] pode responsabilizar o EB pelas manifestações” e chegou a afirmar que Já [Moraes] mandou preparar investigação nesse sentido no STF. Contudo, os detalhes específicos e os desdobramentos finais dessas ações não foram completamente delineados nas mensagens trocadas. A revelação destas mensagens lança nova luz sobre os bastidores das investigações e ações judiciais relacionadas às eleições. A transparência e o impacto das decisões do TSE e STF continuam sendo temas cruciais na análise política e jurídica do país.

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