Lula é encurralado por 30 ex-chefes de estado após cumplicidade a ditadura de Maduro

Nesta segunda-feira (05), trinta ex-chefes de Estado e de governo da Espanha e da América Latina enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando que ele reafirme o compromisso com a democracia na Venezuela. Os signatários, membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA), instam Lula a defender os mesmos princípios democráticos e de liberdade que prevalecem no Brasil também na Venezuela. A carta destaca que a situação na Venezuela é um escândalo conhecido por todos os governos americanos e europeus. Os ex-líderes advertem que aceitar tal precedente pode prejudicar os esforços para defender a democracia, o Estado de Direito e os direitos humanos nas Américas. Eles enfatizam que não estão exigindo nada além do que Lula já preserva em seu próprio país. Entre os signatários da carta estão ex-presidentes de destaque, como Maurício Macri da Argentina, Álvaro Uribe e Iván Duque da Colômbia, Vicente Fox do México, Guillermo Lasso do Equador e Carlos Mesa da Bolívia. Embora Fernando Henrique Cardoso (FHC) também seja membro do fórum IDEA, ele não assinou a carta dirigida a Lula. Na semana anterior, o grupo IDEA já havia solicitado a Lula, em outra carta, que reconhecesse a vitória do candidato oposicionista Edmundo González. A oposição venezuelana afirma que González venceu com base na contagem das atas eleitorais, documentos que registram os votos e resultados em cada local de votação na Venezuela. Os EUA já reconheceram a vitória de González. No sábado (03), a agência de notícias Associated Press (AP) realizou uma contagem independente das atas eleitorais, indicando que González venceu o pleito com uma diferença de 500 mil votos. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, controlado por um aliado de Nicolás Maduro, anunciou a vitória de Maduro sem divulgar as atas eleitorais, alegando um ataque cibernético que teria atrasado o sistema de contagem de votos. A oposição venezuelana afirma ter acesso a mais de 80% das atas eleitorais e publicou todos os documentos em um site para verificação pública. A verificação independente realizada pela AP foi baseada nessas atas, fortalecendo a posição de que o candidato oposicionista foi o verdadeiro vencedor da eleição.