A avaliação entre as lideranças governistas da Câmara é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF), prevista para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça nesta terça-feira (27/08), deve “subir no telhado”. Diante do acordo entre Legislativo e Judiciário sobre as emendas pix, o ímpeto de dar uma resposta à Corte arrefeceu.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), tenta costurar um acordo com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para que a PEC saia da pauta amanhã. Caso não consiga, a base governista deve obstruir ou pedir vista. Isso faria com que a proposta não seja analisada amanhã.
Como o Congresso só funcionará durante uma semana em setembro, antes das eleições municipais, um atraso na votação amanhã significaria para a oposição uma incerteza de que a PEC poderá ser votada ainda em 2024.
“Estou dialogando para não votarmos, não precisamos entrar nessa pauta neste momento, com o Legislativo longe do pleno funcionamento e pouco antes das eleições municipais. A PEC não é um tema de governo, mas minha iniciativa é dialogar para não votar”, disse José Guimarães.
Há, ainda, a chance de não haver quórum para votação na CCJ, uma vez que Arthur Lira autorizou que deputados fiquem em suas bases eleitorais nesta semana, em meio às dificuldades de deslocamento causadas por uma série de incêndios em todo o Brasil.
PEC do STF foi resposta de Lira à crise das emendas
A PEC 8/2021 limita decisões individuais de ministros do STF e foi aprovada pelo Senado em novembro de 2023 e, desde então, estava parada na Mesa Diretora da Câmara. Como mostrou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o texto foi enviado à CCJ no mesmo dia em que o STF suspendeu o pagamento das chamadas “emendas Pix”.
O governo Lula, que teme ser pego no fogo cruzado entre Legislativo e Judiciário, entrou em campo e mediou um acordo. Pelo entendimento, o pagamento das “emendas Pix” continua obrigatório. No entanto, os repasses deverão ser prioritários para obras inacabadas, com objetivo informado antecipadamente ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Metrópole
A defesa do tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o julgamento do militar ocorra em outra instância da Justiça. Ronald é um dos acusados de integrar uma organização que teria planejado um suposto golpe de Estado no Brasil após o resultado das eleições presidenciais de 2022, na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição. A defesa de Ronald Araújo sustenta que o STF não detém competência para julgar o caso, já que nenhum dos acusados possui foro por prerrogativa de função. Segundo os advogados, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República é vaga e inepta, uma vez que não descreve com clareza os fatos e as condutas atribuídas ao militar – dificultando o exercício do direito de defesa. Ronald é acusado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, gol...