Lewandowski age como interlocutor e sai em defesa de Alexandre de Moraes

O ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski, recentemente saiu em defesa de seu ex-colega de Corte, Alexandre de Moraes, atual chefe da pasta da Justiça no governo Lula. Durante um evento realizado na sede do BNDES no Rio de Janeiro, Lewandowski elogiou Moraes, descrevendo-o como um "grande democrata" e afirmando que sua atuação está "dentro dos limites da lei". Essa declaração foi feita na última sexta-feira (16), em um momento em que Moraes enfrenta intensas críticas e controvérsias. Lewandowski destacou que Alexandre de Moraes tem desempenhado um papel crucial na estabilidade das instituições republicanas no Brasil. Para ele, o ministro prestou um serviço relevante à história do país, especialmente em um período de grande tensão política e institucional. Em sua avaliação, as ações de Moraes estão formalmente alinhadas com a legalidade, reforçando a legitimidade de suas decisões no âmbito jurídico. Além disso, Lewandowski expressou confiança no cuidado de Moraes em relação ao uso do mecanismo da "prova emprestada" previsto na legislação penal e civil brasileira. Ele afirmou que, até onde sabe, Moraes tem seguido as regras do processo penal de forma adequada, embora não tenha conhecimento detalhado dos processos em questão. Essa observação sugere que, na visão de Lewandowski, as críticas dirigidas a Moraes podem estar sendo exacerbadas por interpretações políticas ou parciais. A defesa pública de Lewandowski ocorre em meio a uma polêmica envolvendo Moraes, após a divulgação de mensagens por parte da Folha de S.Paulo. Essas mensagens sugerem que o magistrado teria utilizado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de maneira inadequada para investigar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, em inquéritos que tramitam no STF. A situação gerou um intenso debate sobre a independência do judiciário e os limites da atuação dos ministros em questões políticas. A fala de Lewandowski pode ser vista como uma tentativa de reforçar a imagem de Moraes como um defensor da democracia e das instituições, em meio a um cenário de crescentes tensões e desafios à estabilidade institucional no Brasil. Essa posição, no entanto, contrasta com as críticas vindas de setores conservadores, que veem na atuação de Moraes uma tendência autoritária e uma ameaça à liberdade de expressão e aos direitos políticos da direita.