O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández não poderá deixar o país devido a uma ordem judicial emitida, na última terça-feira (6), depois que a ex-companheira, Fabiola Yañez, apresentou uma queixa contra ele por violência de gênero. De acordo com ordem emitida pelo juiz federal Julián Ercolini e divulgada pelo portal Infobae, o ex-presidente está proibido de deixar a Argentina e de se aproximar de Yáñez, que atualmente vive em Madri com o filho de dois anos, Francisco.
De acordo com a ordem judicial, “tal proibição de aproximação significa a suspensão de todo contato físico, telefônico por telefone fixo e/ou celular, por e-mail, sistema de mensagens de texto e/ou voz através de qualquer plataforma, por terceiros e/ou por qualquer outro meio que signifique interferência injustificada”.
O juiz também ordenou que Fernández cessasse “quaisquer atos de perturbação ou intimidação que, direta ou indiretamente, ele pratique contra Fabiola Yáñez tanto no espaço analógico quanto no digital”. Além disso, solicitou ao Ministério da Segurança da Argentina que fornecesse os meios necessários para reforçar a custódia de Yañez.
Ercolini menciona que esse caso foi iniciado depois de ter encontrado, no âmbito de outra investigação judicial sobre o suposto tráfico de influência do ex-presidente, “conversas e imagens que indicariam a possível prática do crime de lesões leves em um contexto de violência de gênero”.
O caso envolve o telefone celular de María Cantero, secretária do ex-presidente, onde foram encontradas fotografias de Yáñez com sinais de violência no corpo e conversas de texto e áudio em que a então primeira-dama argentina acusa Fernández por estas supostas agressões recebidas na residência presidencial em Olivos (província de Buenos Aires).
Mas em 1º de julho, Ercolini arquivou o caso depois que Yáñez “declarou que não desejava prosseguir com o processo criminal naquele momento”.
De acordo com o próprio juiz, Yáñez entrou em contato com Ercolini na terça-feira e lhe disse que estava “sofrendo o que ela definiu como ‘terrorismo psicológico’ por parte” de Fernández, “bem como assédio telefônico, diariamente”, “intimidando-a psicologicamente”.
– Diante disso, ela foi questionada se, nessa ocasião, desejava iniciar um processo criminal, e ela declarou expressamente que, como resultado do que havia acontecido, desejava fazê-lo – diz o documento da Justiça.
Em breve comunicado na rede social X (ex-Twitter), o político peronista negou as alegações feitas por Yáñez.
– Tendo sido informado pela imprensa sobre a acusação de Fabiola Yáñez contra mim, quero expressar que a verdade dos fatos é diferente. Só vou dizer que é falso e que o que ela agora me acusa nunca aconteceu. Pela integridade dos meus filhos, minha e também da própria Fabiola, não vou fazer declarações à imprensa, mas vou fornecer as provas e testemunhos à Justiça que mostrarão o que realmente aconteceu – declarou Fernández.
Yáñez, de 43 anos, atriz e jornalista, conheceu Fernández, hoje com 65 anos, em 2013, quando ela o entrevistou, e um ano depois eles começaram a namorar.
*EFE
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