Antes de chegar nas mãos de Pacheco, o "maior pedido de impeachment da história" terá reforço de peso
A declaração do senador Eduardo Girão (Novo-CE) reflete uma crescente insatisfação com a atuação do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente após as recentes revelações de que ele teria utilizado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Girão, ao defender o impeachment de Moraes, ecoa o sentimento de muitos que veem as ações do ministro como uma escalada autoritária que coloca em risco as liberdades civis e o equilíbrio entre os Poderes da República.
O senador destacou a importância de um movimento amplo para pressionar o Senado a cumprir seu papel constitucional de julgar pedidos de impeachment de ministros do STF, algo que até hoje não foi realizado. A ideia de reunir assinaturas de parlamentares, juristas e milhões de cidadãos para formalizar um pedido de impeachment coletivo de Moraes demonstra a gravidade com que parte da sociedade enxerga as recentes ações judiciais que têm atingido apoiadores do ex-presidente e figuras públicas críticas ao atual governo.
Girão também chamou a atenção para o impacto negativo que essas ações estão tendo sobre a imagem do Brasil no exterior, especialmente no que tange aos direitos humanos e às liberdades individuais. A denúncia de que jornalistas, parlamentares e cidadãos comuns estão sendo alvos de medidas como o bloqueio de contas bancárias e a retenção de passaportes apenas por expressarem suas opiniões é vista como uma afronta à democracia.
A crítica do senador ao Senado, que até agora tem se mostrado inerte diante das denúncias contra o STF, reflete uma frustração crescente com a falta de ação por parte de Rodrigo Pacheco, presidente da Casa. Segundo Girão, a omissão do Senado em julgar os pedidos de impeachment está contribuindo para um desequilíbrio perigoso entre os Poderes, com o Judiciário assumindo um papel de protagonismo que, segundo ele, deveria ser moderado.
A iniciativa de Girão de impulsionar um movimento popular e institucional para o impeachment de Moraes até o dia 7 de setembro é um sinal de que a insatisfação com o STF está longe de se dissipar. Ele acredita que essa "caçada implacável" contra figuras ligadas ao conservadorismo precisa ter um fim, e que o Senado deve agir em defesa dos direitos dos cidadãos e da manutenção da democracia no Brasil.
Se esse movimento ganhar força e apoio popular, pode representar um momento decisivo para a política brasileira, especialmente em um cenário onde o ativismo judicial é cada vez mais criticado por segmentos significativos da sociedade.