Pimenta não consegue reconstruir nem seu cartaz

O ministro da “reconstrução” e candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, encerra a semana mais distante de reassumir a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do presidente Lula. A posição, criada por Lula, parece ter servido também para afastar Pimenta da Secom, refletindo a insatisfação com seu desempenho.

A recente melhora na avaliação de Lula, registrada em pesquisas, indica que o afastamento de Pimenta teve mais impacto positivo do que as ações do governo. O desempenho da Secom melhorou significativamente na ausência de Pimenta, especialmente nas redes sociais, onde houve um controle mais eficaz da imprensa aliada e respostas rápidas às demandas. Essa melhora destaca a falta de competência da gestão anterior de Pimenta e questiona a decisão inicial de Lula de nomeá-lo para o cargo.

A decisão do governo de não trazer Pimenta de volta também está ligada ao contrato de R$ 200 milhões, suspenso pelo TCU, o que levanta sérias questões sobre a transparência e ética na administração dos recursos públicos. Evitar uma crise potencial com o retorno de Pimenta é uma decisão que o governo parece relutante em tomar, mas necessária diante das circunstâncias.

Laércio Portela, o substituto de Pimenta na Secom, não possui o traquejo político necessário para garantir a eficiência da secretaria até o fim do governo. A falta de habilidade política de Portela pode comprometer a qualidade da comunicação governamental, um problema que o governo Lula deveria ter previsto e evitado. A primeira-dama Janja, que influencia as decisões do governo, sugere Brunna Rosa, atual secretária de Estratégias e Redes, para assumir a Secom.

A necessidade de Janja intervir na escolha do responsável pela comunicação do governo revela uma falha na capacidade de Lula de nomear e manter funcionários competentes em cargos-chave. Essa situação expõe as fraquezas do governo Lula, que precisa equilibrar interesses políticos, eficiência administrativa e evitar escândalos que possam prejudicar ainda mais a administração e a imagem pública do presidente. O afastamento de Pimenta pode ter temporariamente melhorado a comunicação do governo, mas a falta de clareza e competência na gestão continua a ser uma preocupação crítica.